NunoDias
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Os "truques extra"... - 2009/01/09 22:06
Algumas noçoes acerca daqueles "truques extra" que por vezes fazem a diferença...
NOTA: Todo e qualquer subterfugio para atrair o peixe é uma manobra de ultimo recurso, executada no decurso de uma imersão que por instinto do caçador lhe pareceu vantajoso usar o tal "truque" naquele preciso momento...
É essencial que tenham noção que flashers, isco, barulhos com a garganta, bater com a arma nas rochas, levantar areia do fundo, passar as mãos pelos elasticos ou roçar as mangas do fato são acçoes que em nada substituem um tecnica silenciosa e perfeita de aproximação ao peixe.
Todos estes "truques" do oficio têm o seu momento opurtuno e o quando e como tem muito haver com a experiencia pessoal de cada um e pela forma como qual analisa a situação naquele preciso momento tendo em conta que a maioria delas executam-se quando não há peixe no campo visual e nunca com o peixe á nossa frente.
Não é chegar ao fundo e desatar para ali a bater com a arma nos calhaus ou a fazer barulhos com a garganta que irá atrair os peixes, muito pelo contrario vai afugenta-los!!!
Em regra não gosto de mencionar estes truques pois há muita gente a cair no erro que os estar sempre a usar, mas para que entendam a mecanica e o timming associado a cada um vou-vos dar algumas noções sobre os mais comuns:
O flasher:
O flasher é um "gingarelho" que pode assumir inumeras formas e tamanhos, desde os vulgares cd's pendurados de uma boia até aos mais elaborados feitos por marcas como a Rob Allen e que possuem placas giratorias largando brilho a 360º e uma lula pendurada no final para servir de lastro assim como de isco artificial.
Em regra são usados para a caça no azul, destinados a atrair e a manter na zona com um comportamento curioso peças de caça maioritariamente pelagicas.
Isto não funciona com todas as especies, depende da visibilidade, da quantidade de comida na zona, do hábito de serem caçados por flasher's na zona, enfim toda uma serie de factores que só após alguma experiencia a usa-los se começam a dominar.
O isco:
Na caça dita grossa o isco é sem duvida uma das tecnicas para atrair peixes de porte mais eficazes, em especial se forem carnivoros.
Algumas especies tropicais como o pargo verde e o pargo luciano entram ao isco de uma forma agressiva permitindo ao caçador um tiro mais acessivel.
No caso do atum o isco é um essencial, pois sao peixes que andam fundo, nao reagem ao flasher e na maior parte das vezes ignoram totalmente o caçador.
No azul iscar é vulgarmente conhecido por "chum", no entanto esta tecnica tem um grande inconveniente...atrai tubaroes e na maior parte dos casos estes ja vêm alterados dada a presença de carne na agua e pela movimentaçao predatoria das outras especies.
Bater com a arma na rocha:
Este é sem duvida o truque mais problematico pois ao bater numa rocha com a coronha da arma o barulho emitido é muito forte, inclusivé metalico pois o arpao e a barbela vibram tambem.
Este tipo de vibrações são nocivas e tendem a assustar mais do que a faze-los aproximarem-se.
Não faço uso desta manobra pois não lhe reconheço grandes vantagens, no entanto se o quiserem fazer tem melhor efeito em situações de agua tapada quando chegam ao fundo e não vêm nenhum peixe, uma batida na rocha e imobilidade total de seguida por vezes atrai qualquer coisa, (mais robalos e sargos)
Existe outra variavel mais suave que consiste em bater ligeiramente com a coronha da arma no vidro da mascara umas poucas vezes, (duas ou tres).
Barulho com a garganta:
Esta manobra conta-se entre as mais eficazes em situaçoes distintas.
Serve para praticamente para todas as especies, tanto de fundo como pelágicas.
Essencialmente trata-se de emitir um som tipo "hummm" curto, com a glote, uma ou varias vezes.
Aqui o timming e a precepção do estado de agitação ou confiança do peixe são essenciais.
O peixe entra confiante a meio de uma espera, de repente pára e perde o interesse afastando-se, este é o momento exacto para fazer uso desta manobra. Quando o peixe estiver de costas e unicamente se este se afastou por desisteresse e nunca repetinamente porque se assustou, é a distinção entre estas duas situaçoes que fará a diferença entre assusta-lo mais ou instigar-lhe o instinto e faze-lo entrar mais confiante ainda, é aqui que está o segredo!!!
O numero de repetiçoes tambem depende do instinto de cada um de nós e do momento, as a titulo de conselho uma ou duas vezes chegam, pois mais tornam o som demasiado obvio e o peixe volta a perder o interesse afastando-se.
A total imobilidade do caçador é essencial e é de evitar o contacto visual directo.
Uso esta tecnica para os pargos e tenho obtido excelentes resultados ao longos dos anos, no entanto serve bem para inumeras especies desde que confiantes.
Tal como referir anteriormente em situações de agua tapada quando chegam ao fundo e não vêm nenhum peixe tambem resulta por vezes em especial com a presença de corvinas na zona, que emitem um som bastante semelhante. Aqui em Moçambique as bicudas,(grunter's), tambem entram bem em agua muito suja com este truque.
Uma pequena nota, quando o peixe está a entrar naturalmente nao façam ruido nenhum pois a alteração ao vosso comportamento estatico naquele momento vai perturba-lo e leva-o a retrair-se em vez de continuar a trajectoria.
Levantar areia do fundo:
Tal como o nome indica chega-se ao fundo e levanta-se uma nuvem de areia.
A colocação da arma atrás na nuvem camufla a mesma parcialmente e o levantar do poalho leva consigo outros nutrientes que atraem algumas especies.
A propria nuvem simula a fuga de um peixe e seve tambem para ocultar o caçador.
Resulta quando se caça em zonas mistas de areia e rocha e em especial quando o caçador se encontra colado ao fundo na zona de areia virado para a rocha.
Depende bastante da existencia de corrente pois com a presença da mesma torna-se ineficaz.
Ter especial atenção para nao levantar demasiado poalho pois isto irá como é obvio perturbar o campo de visao do caçador que se encontra atras do mesmo.
Esta tecnica é fatal aqui em Moçambique para os pargos verdes em zonas de areia e rocha.
Existe uma variavel que consiste em roçar apenas a mão pelo fundo simulando o som que certas especies fazem em epoca de acasalamento, isto como é obvio faz-se quando não há peixes á vista, passa-se a mao algumas vezes pela areia ou pelo calhau rolado e espera-se, pois se o fazem com o peixe á vossa frente o simples movimento da vossa mão vai faze-lo fugir. Para os robalos por vezes dá algum resultado mas em regra em fundos na cota dos 10 a 12 metros ou mais.
Passar a mão pelos elasticos:
Nao tem muito que saber, tanto no fundo como á meia agua, para peixe demersal ou pelagico, passa-se a mao pelos elasticos que produzem um som longo e caracteristico.
Executa-se o movimento varias vezes, sempre sem a presença de peixe no campo visual.
Para os lirios em agua livre tem as suas vantagens, assim como para os robalos no fundo.
Tem a sua variavel tambem e que consiste em passar a mao no fato ou em roçar o mesmo um braço contra o outro, sempre com movimentos suaves e nunca bruscos.
Posto isto espero ter clarificado ou desmistificado alguns destes truques para que os possam entender melhor e nunca os usar como substituto de uma tecnica perfeita.
Estas manobras sao apenas um complemento util em determinadas situações e que resultam melhor se a mestria da tecnica for irreprensivel.
Peço-vos que comentem, perguntem ou simplesmente partilhem ideias pois de facto é um campo extenso este dos "truques"...
Abraços e optimas caçadas...
Rob Allen Mozambique
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