NunoDias
Usuario
Novato en el foro
Mensajes: 33 | | Karma: 5
|
O carreto - 2008/09/10 10:45
O CARRETO
O carreto é sem duvida uma componente essencial do equipamento tanto para caçadores confirmados como para quem agora se inicia pois confere uma preciosa ajuda em situações algo complicadas. Erradamente a maior parte dos caçadores ainda assume o carreto como sendo uma peça reservada apenas ás presas de grande porte e á caça profunda, no entanto este acessório demonstra-se eficaz ao caçar com a agua turva e com corrente, tanto no caso do peixe ficar entocado ou o arpão entalado, como na possibilidade de "marcar" uma pedra e trazer a arma confortavelmente para a superfície evitando pressas e nervosismos desnecessários.
Basicamente existem dois tipos de carretos, os fechados e os abertos:
Os carretos fechados mantêm o fio alojado no seu interior e na minha opinião são a melhor escolha como carreto auxiliar pois protegem o fio quando nos deslocamos durante a caçada. Necessitam apenas de alguma atenção ao enrolar o fio pois se este não estiver bem distribuído bate na parede do carreto e reduz a velocidade de saída podendo mesmo encravar. Em certos modelos convêm limar uns milímetros nas extremidades da bobine, obtendo assim um desenrolar mais suave e fluído.
Os carretos abertos podem levar bastante fio sem encravar no entanto convêm manter o fio em tensão pois caso contrario cairá da bobine.
Este acessório pode ser usado em três locais distintos, na arma, na cintura e no braço:
O carreto quando montado na arma convém que tenha um apoio firme e seguro para aguentar o "correr" do fio e que esteja colocado o mais perto do punho possível pois só assim minimizará a resistência aos movimentos laterais que possamos fazer durante o acto de caça. Aconselho o uso do carreto especifico da marca da arma em que o queremos montar por questões de simplicidade no encaixe, no entanto podemos recorrer ao uso de braçadeiras de plástico ou inox, (na minha opinião pesadas e inestéticas), para adaptar ou reforçar o apoio do modelo escolhido á arma tendo em atenção que estas não levantem ou desviem o arpão ao apoiar nas guias do punho. Se tal acontecer a solução passará por fazer pequenos entalhes para as braçadeiras na guia em questão.
Á cintura nunca deve ser colocado directamente no cinto de chumbos por razões obvias de segurança pois ao desenrolar o fio durante a ascensão este passa junto ás barbatanas e pode enrolar até na faca, para além disto os carretos por vezes travam sozinhos, pois se "correrem" demasiado rápido, o fio pode entalar entre si, (comum no mono filamento), obrigando á imediata libertação do cinto. Como solução montam-se num cinto de câmara-de-ar ou de neoprene por baixo do cinto de chumbos e com a saída virada para baixo.
No braço a colocação será a mesma de preferência no lado onde está a arma e sempre de fácil remoção em situação de emergencia.
Em ambas as situações o fio termina num mosquetão em inox, (por motivos de resistência e durabilidade),simples e fácil de usar, que ligará rapidamente ao punho da arma.
Quanto ao fio, este pode ser multifilar, (nylon ou Dyneema) ou mono filamento. O fio de nylon e o dyneema são em regra mais caros e mais difíceis de lavar na sua totalidade, no entanto acomodam-se ao carreto mais facilmente e no caso do Dyneema muito mais resistentes e aconselhaveis na captura de presas de porte. O mono filamento desenrola mais rápido, lava-se melhor e é mais barato, em contrapartida entala-se mais vezes se mal enrolado ou se for sujeito a muita força.
Ao montar o fio escolhido na bobine enrolamo-lo em regra no sentido do movimento do ponteiro dos relógios pois este é o sentido contrario ao do travão e quando requisitado o carreto deve-se destravar imediatamente. Por fim e depois de cheia a bobine convêm desenrola-la totalmente dentro de agua e enrola-la de novo sobre o peso do arpão pois acondicionará o fio bem esticado e garantirá que está em funcionamento.
No caso das presas de porte nunca esquecer que o peixe é trabalhado no fio e não no carreto. Deixa-se a arma para trás e se houver tempo trava-se o carreto passando a luta a ser travada no fio ora recuperando ora deixando ir conforme "sentir-mos" o peixe. Também o uso para peixe de porte entocado, como os meros, em situações em que estão “difíceis”, afundando um pouco a arma e travando a bobine, colocando uma bóia submersa nos elásticos da arma que deixarão o peixe em tensão constante puxando-o gradualmente para fora do buraco e facilitando o trabalho com outra arma.
Espero que o artigo tenha sido de ajuda para quem começa e uma boa fonte de informação para quem já pratique há algum tempo.
Rob Allen Mozambique www.roballenmoz.com info@roballenmoz.com +258 21 329 616 +258 84 736 81 58 |